Vida e morte das redes sociais

Alguém lembra da febre do Orkut? Do fracasso do Google+ ? Parece que é chegada a hora onde tudo muda novamente: o Facebook perde audiência do público jovem, e talvez este seja um indício de que a rede esteja no início do seu fim.

Antes de abandonar a sua rede favorita, aquela que para muitos significava por um momento a própria internet, é preciso entender que na internet o comportamento humano tem ciclos de interesse. O grande problema do Facebook é que suas constantes mudanças de algoritmos acabaram gerando uma série de problemas que incomodam muitos usuários:

  • Criação de bolhas de informação – você vê a realidade pelo Facebook através de uma bolha formada somente por conteúdos relacionados aos quais você clicou e em consonância com a sua rede.  Em termos de posicionamento, o fenômeno é você ficar cada vez mais isolado de pensamentos que diferem do seu, e a sua visão da realidade passa a ser pautada apenas por esta visão através da bolha;
  • Alto grau de polêmicas – em função do acima, muitas pessoas acreditam que a rede, em especial em épocas polarizadas, se tornará um campo de batalha onde sobrarão os que sobreviverem ao deserto da chatice. Então, ficar lá pra que?
  • Algoritmos – o Facebook mudou seu algoritmo, dizendo que agora eles privilegiam o conteúdo das pessoas mas não as empresas (ou seja pra aparecer tem que pagar), porém muita gente também usava a rede para ficar por dentro de promoções interessantes de lojas amigas. Agora isso ficará um pouco mais distante.
  • Algoritmos que não funcionam como deveriam – em tese, o algoritmo deveria mostrar coisas mais relevantes das pessoas mais importantes pra você. Porém, devido a diversos fatores que podem levar ao erro, a rede acaba mostrando conteúdos irrelevantes que são priorizados por contextos duvidosos.
  • Excesso de Fakenews – Depois das eleições americanas o tema ganhou maior exposição e a rede vem sendo criticada por ser usada para espalhar boatos. Faz parte do comportamento humano isso, mas acredito que os algoritmos contribuem também para estes fatores.

Se grande parte das publicações lá estavam polêmicas demais, a tendência é piorar coma chegada das eleições já que foi visto que muitas eleições tiveram um grande grau de manipulação e influência destas redes, especialmente do Facebook.

O filme do Homem de Ferro nem é tão velho assim e ele está falando do MySpace, que ninguém lembra mais. Já era, Facebook?

Do ponto de vista de segurança da informação, acho que nunca deveríamos usar o Facebook. A minha maior preocupação sempre foi a quantidade de dados sobre nós mesmos que nós entregamos ao sistema do Facebook. Locais que frequentamos, pessoas com quem andamos, horário de atividades e deslocamento, conexões, buscas na internet. Há até uma estranha teoria de que o seu app do Facebook pode estar ouvindo você neste momento.

Por isso tudo, surgem vez ou outra novas redes sociais com promessas de suprir a carência das comunicações sociais e ao mesmo tempo eliminar os problemas dos ciclos anteriores, uma vez que estes sejam percebidos.

Uma delas foi a rede social Hello que apareceu acho que antes do tempo. Hoje é uma grande galeria de arte esquisita.

Recentemente duas redes não tão novinhas assim estão ficando mais populares: A MeWe (eu, nós) e a Vero. A proposta de ambas é serem uma rede social sem propagandas e especialmente sem data mining (alias acho que este é o aspecto mais forte). Redes que vem respeitar a privacidade do usuário.

A MeWe já tem pelo menos dois anos de mercado mas já possui uma galerinha lá dentro. Possui app para as plataformas e também  é bem legal por ter vários tópicos de conteúdo em português. As pessoas se agrupam por comunidades e vão publicando assuntos. Confesso que de certa forma lembra o velho orkut.

A Vero tem uma interface muito bem desenhada, e era grátis para o primeiro milhão de assinantes. Ainda não atingiu esta marca, então corre lá. Mas não tem muita coisa de interessante lá fora a interface. E ainda estava dando muitos problemas de estabilidade. Mas a propaganda deles é bem interessante:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=LdJ-wl0l-Hk?rel=0]

Se a nova rede social surgiu ou ainda não surgiu o que posso dizer é que cada vez mais gente abandona o Facebook. Conheço mais gente que não acessa mais com tanta frequência. Eu mesmo já não acesso tanto e acho que o Facebook já sacou isso. Já não tenho ele instalado em um dos meus celulares, e acho que ele ativou o modo desespero:

  • Me manda email pelas ações que os meus conhecidos fazem (para tentar me convencer a entrar no App)
  • Marca como prioridade qualquer ação de qualquer pessoa, seja relevante ou não (de novo)
  • Fica me mandando alertas no celular (relevantes ou não)

Tudo isso querendo minha atenção! E como se fosse dar certo! A tentativa gera o resultado oposto!

Seja qual for a nova rede, todos estaremos lá e nos comportaremos segundo esta nova etiqueta de redes. Partilharemos conteúdo, seremos chatos, compraremos coisas. E se possível, seremos mais sociais com quem de fato interessa e se possível, leremos coisas mais realmente relevantes.

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1 comentário em “Vida e morte das redes sociais”

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